Entrevista com o diretor D.J. Caruso

Diretor fala sobre a tecnologia que usou no filme, a escolha do elenco e muito mais...
D.J. Caruso, o diretor do filme Eu Sou o Número Quatro, primeira adaptação do livro de Pittacus Lore, cedeu uma entrevista ao site Omelete em abril do ano passado, na qual ele fala sobre a produção do filme, os atores e a tecnologia que usou no filme. Leia, logo abaixo, a entrevista completa traduzida.

Como você se envolveu com esse projeto? Você já tinha trabalhado antes com a DreamWorks, mas você pegou o manuscrito quando ainda estavam negociando os direitos?

Eu me lembro de ter lido que eles tinham comprado esse manuscrito para o Michael Bay e apenas pensei que isso era uma boa ideia. Quando Transformers 3 ia definitivamente acontecer, Steven [Spielberg] me ligou e perguntou "você poderia ler isso? Nós realmente queremos fazer esse filme e o Michael não pode, pois não tem tempo suficiente". Aí eu li o manuscrito do livro e gostei do conceito, li o roteiro e achei que precisava de algumas mudanças. Mergulhei então no projeto e comecei a trabalhar por mais ou menos uns seis meses. O deixei num formato legal e começamos a fazer o filme. Eu amo a DreamWorks. Não há outro lugar que eu gostaria de trabalhar.

Então como o Michael ia dirigir, podemos esperar que tenha um alto nível de cenas de ação?

Sim, mas também tem bastante diálogo nesse filme. Temos um tipo muito específico de ação, mas não é primariamente um filme de ação. Michael é o produtor e ele tem ajudado muito no planejamento de algumas das cenas de ação, o que tem sido bom. Tudo tem dado muito certo para mim. É interessante ter Steven e Michael como seus produtores, é uma equipe bem diversificada.

Então você está dizendo que esse não é um filme de ação?

Não, mas tem uma cena de ação do terceiro ato que é bem grande. Há pequenas sequências que vêm e voltam conforme ele [o Número Quatro] adquire poderes e começa a aprender como usá-los, e tudo isso é resolvido no final no filme. O ato três é, na verdade, uma grande cena de ação.

Então o filme meio que apresenta os personagens, mas vamos conhecer a história deles?

Quer saber? Isso é interessante. No livro, você tem muito mais da história dos Lorieno e de onde eles vieram. No roteiro, nós lidamos com isso em um nível que tem muito mistério, então eu espero que o segundo filme seja a segunda parte desse livro, mas de uma maneira diferente. Tem muito mais da história de onde eles vieram e como chegaram aqui. Eu estava mais interessado em mostrar John tentando descobrir quem ele era. Quem ele queria ser e quem ele relmente é são duas pessoas diferentes e eu acho que esse foi meio que o conflito dramático de que eu gostei. Ele é uma criança que realmente acha que quer continuar em uma cidade pequena e se apaixonar por uma certa garota, mas ao mesmo tempo seu destino e aquilo que ele deve fazer não vão permitir com que ele faça isso.

Vamos descobrir mais sobre as pessoas que estão atrás dele?

Descobrimos muito mais sobre as pessoas que estão atrás dele, os Mogadores, que é um grupo bem divertido e tem o número cinco como seu comandante. É fantástico.

O filme vai seguir uma linha mais adulta de ficção científica ou, pelo fato do universo Crepúsculo ser tão popular, vai seguir nas linhas disso? Ou fica entre as duas coisas?

Eu não acho que seja só para adultos. Eu acho que nos divertimos um pouco mais do que em Crepúsculo. Kevin Durand, nosso comandante Mogadore, é bem bizarro. Imagine Christopher Walken como um alien. Ele é bem divertido. Eu acho que nos divertimos um pouco mais nas nossas sequências de ação, que tiveram design de Brad Allen. Não sei se vocês viram, Kick-Ass: Quebrando Tudo, mas o design de diversas cenas de ação desse filme são dele, e eu amei. Eu não quero dizer que temos um senso de humor, mas nos divertimos bastante com os poderes dessas crianças.

Que tipos de poderes? O que faz deles diferentes?

Cada um dos nove jovens adquire diferentes poderes. O número quatro descobre que tem um poder "lumen", um tipo de luz e energia que sai de suas mãos. Ele não tem ideia do que deve fazer com isso ou como usá-lo. Ele também tem umas coisas telecinéticas acontecendo. Ao mesmo tempo, ele tem um pouco de superforça e velocidade. A número seis chega e ela meio que... No livro, ela desaparece. Nós fizemos meio que um poder de teletransporte e é assim que ela luta e consegue fugir. Ela também tem supervelocidade, então todos os nove têm elementos diferentes e coisas diferentes.

Fale sobre o elenco. Tem muitos atores novos.

Sim, atores novos. Foi um tipo de filme que não necessitou de estrelas do cinema para que seguisse em frente. Conceitualmente, isso foi bom e conseguir achar as pessoas certas para os papéis foi bem libertador. Um filme não recebe dez milhões de dólares ao menos que conte com a participação do Brad Pitt.

Como você escolheu o Alex [Pettyfer]?

O que eu gostei no Alex foi que existe nele uma beleza dinâmica, mas ao mesmo tempo ele é bem vulnerável, e isso foi bem importante para mim. Como pessoa, ele aparenta ser bem confiante, mas definitivamente há algo nele que o faz... Eu não quero dizer que ele não tem confiança, mas existe uma vulnerabilidade. Nós testamos vários outros atores, mas ele foi o mais certo para o papel.

Falando do tom do filme, me parece que seria um filme bem sombrio e sério quando você lida com sobrevivência.

Há um elemento de descoberta e também de diversão, além do romance, o que é bem divertido. Nossa história de amor - isso não é uma crítica - não tem angústia. Ele se apaixona por uma garota e ela se apaixona por ele e não há nada que possa separá-los, mas tem muito mais... Eu não quero que soe que o filme é incrivelmente sombrio, apesar de existirem alguns momentos.

Em seus primeiros filmes, Paranóia e Controle Absoluto, eu senti que há algumas referências à Hitchcock, como Janela Indiscreta e Intriga Internacional. Neste filme, qual foi a principal inspiração?

Juventude Transviada foi um dos que eu vi. Quando li o roteiro, logo pensei que era mais ou menos do mesmo tipo. Outro a que eu também assisti e que foi bizzarramente inspirador foi Starman. Depois de ter visto esse filme, eu até chamei a Karen Allen para fazer uma ponta e ela veio. Mas o que eu peguei no filme foi o elemento de como um alien se sente nesse planeta e como é se apaixonar com todas as coisas que não damos valor. Também assisti a Os Imorais de uma maneira meio estranha, porque John e Henri são dois personagens meio desapegados. Assim que alguma coisa dá errado, eles pegam tudo e vão embora, e isso é parte do que o John é. O que eu achei bem interessante é que quando o conhecemos, no começo do filme, ele está se divertindo com os amigos na Flórida, está em uma festa, tudo está bem e ele está falando com uma garota. De repente alguma coisa dá errado e eles [os Mogorians] podem possivelmente saber onde eles estão, então John e Henri põe fogo em todos os seus pertences, mudam os cortes de cabelo e saem da cidade. Então há esse elemento interessante do personagem desapegado, mas quanto à inspiração, eu não acho que haja uma inspiração baseada em Hitchcock neste filme, mas nos outros dois eu meio que usei isso sim.

Os Lorienos são enviados para a Terra apenas para causar destruição?

De certo modo, existe um elemento Superman nos Lorienos em que eles basicamente tinham que sair de Lorien enquanto o planeta estava sendo destruído. O que vai acontecer é que, uma vez que eles amadurecerem e o legado Loriano se manifesta, eles precisam se juntar novamente. Por isso temos o pai do Sam. John se encontra com Sam e a razão de Henri ir para Paradise, em Ohio, é que ele sabia que o cara estava lá.

Então quer dizer que tudo é bem maior que isso?

Muito maior. Eles deixam a Terra no terceiro livro e pro final do segundo livro, até onde eu vi, eles começam a sair. Por fim, tem uma nave em Virginia Oeste onde eles têm de se juntar.

Guillermo Navarro é seu diretor de fotografia e ele já fez coisas incríveis com Guillermo Del Toro. Como foi trabalhar com ele?

Eu dei muita sorte. Eu amei trabalhar com Dariusz Wolski, mas ele estava envolvido com Piratas do Caribe, Amir Mokri estava fazendo Transformers 3.... Então eu estava procurando um diretor de fotografia. Como sempre amei o trabalho do Navarro e na minha opinião não se pode fazer melhor filme que O Labirinto do Fauno, eu liguei para ele, mas isso já há muito tempo. Quando eles adiaram O Hobbit, eu liguei de novo e ele disse "eu adoraria trabalhar com você, eu já cansei de ficar em casa fazendo nada!". Ele é um gênio, é apaixonado por aquilo que faz e é um ótimo parceiro. Ele é apaixonado por filmes, não os digitais, e foi ótimo compartilhar isso com ele.

Vocês vão lançar o filme em IMAX. Algumas vezes as adaptações para IMAX conseguem encher a tela, outras vezes não. Vocês vão conseguir usar a tela toda?

Nós filmamos em Super 1:85, o que nos dá mais "teto". Ainda não redimensionamos para os lados, mas acho que estamos bem em cima e embaixo. Uma vez que terminarmos o negativo, aí vamos nos dedicar a isso. Certamente vamos ter problemas com o IMAX na esquerda e direita do filme.

Você pode explicar melhor este formato?

Usamos filme de 35mm, mas filmamos em algo chamado Super 1:85. Muita gente não conhece, mas não é por qualquer motivo. Del Toro também faz assim e Navarro gosta disso porque nos dá mais espaço em cima e embaixo, principalmente quando você tem certas criaturas na cena. Por exemplo, os Mogadores têm quase dois metros de altura. Essa tecnologia me permite ter Kevin Durand, que interpreta o comandante Mogadore, e Teresa Palmer, que mede 1,65, na mesma cena, sem ter que compensar.

Em breve, traremos vários conteúdos sobre os filmes... Aguardem.

Um comentário:

  1. Isso concerteza , é só para causar aldiencia .. vc axa q a numero 5 , seria capaz de trair lorien ? ... alem pelo fato q no 1° livro fala que ela for rastriada ... pra que ela iria ajudar os mogs ? nada ve isso ( ele só falou isso , pra gente ficar pensando ...)

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